Tormenta


Há um vazio dentro de mim que me consome a alma. Este vazio me faz agonizar viva. Faz-me lamentar pela vida e pela dor. Todavia, eu não luto contra essa agonia. Não quero lutar. Hoje, eu não tenho força e nem vontade para lutar. Arco, hoje, com as consequências da minha falta de coragem. Perdi, hoje, completamente o instinto de sobrevivência.

Quem sabe, amanhã, não seja um novo dia, de fato, não é? Então, que fique para o amanhã, mais uma vez...


em treva... o céu, encerra o céu, esta tormenta
ventos funestos furtam o ar da calma brisa
por que o negrume qual teu olhar me paralisa?
por que esta chuva qual meu pranto em dor se ostenta?

eu temo os raios... temo o claro risco em fogo
desabar do firmamento em pestanejo
são os deuses acusando-me do pejo
de blasfemar o amor perdido em tom jocoso!

hoje não durmo: saio a noite em meio a chuva
ainda que eu perca-me nas águas truculentas
a enterrar em carne as gotas quais agulhas

e depois da tempestade, és tu, loucura!
ao fim das águas, já deixaste a alma sedenta
refém do inferno pluvial que me atormenta!

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Aceita um cafezinho!